Eduardo Botelho criticou trajetória de Sérgio Moro como juiz e político.
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União Brasil), “detonou” o ex-juiz federal Sérgio Moro, que se filiou ao União Brasil nesta quinta-feira (31), avisando que “abre mão” da candidatura a presidência da república nas eleições de 2022.
Durante um intervalo na sessão ocorrida na ALMT nesta mesma quinta-feira, Botelho conversou com jornalistas que cobriam a agenda política do legislativo estadual. Questionado sobre as intenções políticas de seu “novo colega de partido”, o deputado estadual não poupou críticas ao ex-juiz federal.
“Eu não apoio Sérgio Moro. Eu não apoiaria um cara que criou tanto prejuízo, que foi ministro do [presidente] Bolsonaro, e fez uma grande traição com o Bolsonaro. Ele saiu falando sobre reuniões que eles tiveram internas quando ele era ministro. Quando você é ministro ou secretário de uma pessoa você não pode cometer esse tipo de coisa que ele fez”, criticou o parlamentar estadual.
Eduardo Botelho fez referência em seu comentário ao conturbado episódio da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, em abril de 2020. O ex-juiz revelou ter sofrido “pressão” de Jair Bolsonaro (PL) por “mudanças” na direção da Polícia Federal, sugerindo que o presidente tentava “blindar” seus familiares contra investigações do órgão.
Ainda na avaliação do presidente da ALMT, Sérgio Moro “foi desqualificado como juiz, e é totalmente desqualificado como presidente”, numa alusão a uma eventual candidatura do ex-aliado de Jair Bolsonaro a presidência da república nas eleições de 2022. Botelho garantiu na conversa com jornalistas que “não votaria” no colega do União Brasil.
Após se “descolar” da figura do presidente Jair Bolsonaro, o ex-juiz Sérgio Moro tenta emplacar na política sob a desconfiança da classe política – e de boa parte do eleitorado, que considera “suspeita” a condenação do ex-presidente Lula, principal adversário de Bolsonaro nas eleições de 2018.
Com Lula preso, Bolsonaro teve “caminho livre” até a eleição, e convidou Sérgio Moro para se tornar ministro da justiça logo após sua vitória, no fim de 2018. O ex-juiz teria aceitado o convite sob a promessa do presidente de indicá-lo ao cargo de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Caso não leve adiante o seu projeto de disputar a presidência da república, Sérgio Moro deve se candidatar ao cargo de deputado federal pelo estado de São Paulo nas próximas eleições.
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